O Lagar de azeite do Pombal pertencia a D. Antónia Mendonça e foi comprado pelo meu avô paterno, Camilo Augusto Videira. Passou a ser um lagar familiar. Lá trabalhavam os meu avós paternos, os meus pais, os meus tios, alguns irmãos dos meus avós e também alguns sobrinhos.
Este lagar quando o meu avó o comprou era ainda muito antigo e manual.
Tinha várias tulhas feitas em madeira que serviam para guardar a azeitona dos fregueses. Cada freguês tinha sua tulha.
Tinha um moinho (idêntico ao que está no lagar em Alfândega da Fé) que era puxado com dois machos, para moer a azeitona.
Estas pedras pertenciam ao moinho.
Após a azeitona estar moinha e já em massa, era transportada dentro de gamelas para as ceiras.
Gamela
Ceira
Depois era depositada dentro das ceiras e era espalhada com as mãos.
Ceira e gamela
Existia uma fornalha com o lume aceso e com um depósito sempre com água a ferver para escaldar as ceiras e tinha umas pedras em volta.
Depósito que levava a água a ferver
Pedras que ficavam em volta da fornalha
Para escaldar as ceiras tirava-se a água, com um grabano, do depósito e estava-se sempre a pôr nas ceiras. Para melhor separar o azeite.
Grabano
A ceira era posta em cima de uma prensa. A prensa levava três ceiras.
(Falta imagem da prensa)
A prensa levava uma tábua em cima e com o fuso andava-se, devagar, em volta e este fazia descer a tábua para espremer a massa e daí resultava o azeite e a vaga.
(Falta imagem do fuso)
O azeite corria juntamente com a água russa (alpichi) dentro destas talhas que tinham água a ferver. Corria de umas para as outras até este sair azeite virgem.
Talhas
Depois era medido com as seguintes medidas de unidade: 1 l; 2 l; 5 l; 10 l; 20 l. Punha-se um suporte por baixo para não entornar o azeite.
(Faltam imagens das medidas de unidade)
Suportes
De seguida era transportado para as casas dos fregueses dentro de remeias levadas à mão que transportavam 7 litros, cântaros também levados à mão que transportavam 12 litros e dentro de (Falta nome) transportado às costas que transportava 25 litros. O homem que transportava o (Falta nome) chamavam-lhe o azeiteiro.
Remeias
Cântaros
(Falta nome)
O meu avô ainda esteve com estas instalações durante dois anos, mas acabou por mudar o lagar.
Hoje, este lagar já não existe. O meu pai deitou-o abaixo e fez a minha casa!
Há 9 anos